ZUENIR VENTURA
Há 26 anos, elas cumprem uma alegre rotina: às sextas-feiras pela manhã sobem a serra e descem aos domingos à tarde, quando não permanecem a semana toda lá, em sua casa de Itaipava, distante hora e meia do Rio.
São quatro irmãs de sobrenome Sette - Mily, a mais velha, de 86 anos; Guilhermina (84), Maria Elisa (76) e Maria Helena (73) - mais a cunhada Ítala (87), a prima Icléa (90) e a amiga de mais de meio século, Jacy (78). O astral e a energia da "Casa das sete velhinhas" são únicos.
Elas cuidam das plantas, visitam exposições, assistem a shows, lêem, jogam baralho, conversam, discutem política, vêem televisão, fazem tricô, crochê e sobretudo riem. Só não falam e não deixam falar de doença e infelicidade. Baixaria, nem pensar.
Quando preciso tomar uma injeção de ânimo e rejuvenescimento, subo até lá, como fiz no último sábado.
Já viajamos juntos algumas vezes, como a Tiradentes, por cujas redondezas andamos de jipe, o que naquelas estradas de terra é quase como andar a cavalo. Tudo numa boa. Elas têm uma sede adolescente de novidade e conhecimento.
Modéstia à parte, são conhecidas como "As meninas do Zuenir". Me dão a maior força.
Quando sabem que estou fazendo alguma palestra no Rio, tenho a garantia de que a sala não vai ficar vazia.
São meu público cativo e ocupam em geral a primeira fila. Numa dessas ocasiões, com a casa cheia, elas chegaram atrasadas e fizeram rir ao se anunciarem a sério na entrada: "Nós somos as meninas do Zuenir".
Nos conhecemos nos anos 70, quando morávamos no mesmo prédio no Rio e Maria Elisa, que é química, passou a dar aulas particulares de matemática para meus filhos, ainda pequenos, de graça, pelo prazer de ensinar.
Depois nos mudamos, continuamos amigos e nossa referência passou a ser a casa de Itaipava, onde minha mulher e eu temos um cantinho, um pequeno apartamento na parte externa da casa, os "Alpes suíços".
No começo, o terreno não passava de um barranco de terra vermelha. Hoje é um jardim suspenso, com árvores e flores variadas que constituem uma atração para os pássaros. Dessa vez, não cheguei a tempo de ver a cerejeira florida, mas em compensação assisti a uma exibição especial de um casal de papagaios. O interior da casa é um brinco, não fossem elas meio artistas, meio artesãs, todas muito prendadas, como se dizia antigamente.
Helena e Jacy, por exemplo, tecem mantas e colchas de tricô e crochê que já mereceram exposições.
Mily desafia a idade preferindo as novas tecnologias e a modernidade, sem falar no vôlei, de que é torcedora apaixonada. Sabe tudo de computador e, com Jacy, frequenta todos os cursos que pode: de francês a ética, de inglês a filosofia.
Na parede, Tom Jobim observa tudo. A foto é autografada para Elisa, de quem ele foi colega no Andrews.
Aliás, nesse colégio da Zona Sul do Rio, Guilhermina trabalhou 53 anos, como secretária e professora de Latim, que ela ensinava pelo método direto, ou seja, falando com os alunos. Ficou muito feliz quando na praia ouviu, vindo de dentro do mar, o grito de alguém no meio das ondas, provavelmente um surfista: "Ave, magister!".
Amiga de personagens como o maestro Villa-Lobos, ela ajudou ou acompanhou a carreira de dezenas de jovens que passaram por aquele tradicional colégio, cujo diretor uma vez lhe fez um rasgado elogio público, ressaltando o quanto ela era indispensável ao educandário. No dia seguinte, ela pediu as contas, com essa sábia alegação:
"Eu quero sair enquanto estou no auge, não quando não souberem mais o que fazer comigo".
Foi para casa e teve um choque, achando que não ia suportar a aposentadoria. Durou pouco, porque logo arranjou o que fazer. É tradutora e gosta muito de etimologia: adora estudar a vida das palavras desde suas origens, principalmente quando são gregas. Ah, nas horas vagas faz bijuterias.
Para explicar como se desvencilhou do vazio de deixar um emprego de 53 anos e começar nova vida já velha, Guilhermina usou uma frase que se aplica a todas as outras seis velhinhas e que eu gostaria de adotar também:
- "Tenho preguiça de sofrer".
Não são o máximo as meninas do Zuenir?
"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional" (Roberto Shinyashiki)
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
ESSA IDÉIA BEM QUE PODIA VIRAR MODA......
RODRIGO RATIER (rodrigo.ratier@abril.com.br)
REVISTA NOVA ESCOLA
Edição 221 | Abril 2009
Vale mais que um trocado
Ambulantes, pedintes e moradores de rua não esperam só por dinheiro dos motoristas parados no sinal vermelho. Sem pagar pra ver, eu vi ...
CAMINHO LIVRE A cada livro oferecido em vez de esmola, um leitor descoberto.
"Dinheiro eu não tenho, mas estou aqui com uma caixa cheia de livros. Quer um?" Repeti essa oferta a pedintes, artistas circenses e vendedores ambulantes, pessoas de todas as idades que fazem dos congestionamentos da cidade de São Paulo o cenário de seu ganha-pão. A ideia surgiu de uma combinação com os colegas de NOVA ESCOLA: em vez de dinheiro, eu ofereceria um livro a quem me abordasse - e conferiria as reações.
Para começar, acomodei 45 obras variadas - do clássico Auto da Barca do Inferno, escrito por Gil Vicente, ao infantil divertidíssimo Divina Albertina, da contemporânea Christine Davenier - em uma caixa de papelão no banco do carona de meu Palio preto. Tudo pronto, hora de rodar. Em 13 oferecimentos, nenhuma recusa. E houve gente que pediu mais.
Nas ruas, tem de tudo. Diferentemente do que se pode pensar, a maioria dessas pessoas tem, sim, alguma formação escolar. Uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, realizada só com moradores de rua e divulgada em 2008, revelou que apenas 15% nunca estudaram. Como 74% afirmam ter sido alfabetizados, não é exagero dizer que as vias públicas são um terreno fértil para a leitura. Notei até certa familiaridade com o tema. No primeiro dia, num cruzamento do Itaim, um bairro nobre, encontrei Vitor*, 20 anos, vendedor de balas. Assim que comecei a falar, ele projetou a cabeça para dentro do veículo e examinou o acervo:
- Tem aí algum do Sidney Sheldon? Era o que eu mais curtia quando estava na cadeia. Foi lá que aprendi a ler.
Na ausência do célebre novelista americano, o critério de seleção se tornou mais simples. Vitor pegou o exemplar mais grosso da caixa e aproveitou para escolher outro - "Esse do castelo, que deve ser de mistério" - para presentear a mulher que o esperava na calçada.
Aos poucos, fui percebendo que o público mais crítico era formado por jovens, como Micaela*, 15 anos. Ela é parte do contingente de 2 mil ambulantes que batem ponto nos semáforos da cidade, de acordo com números da prefeitura de São Paulo. Num domingo, enfrentava com paçocas a 1 real uma concorrência que apinhava todos os cruzamentos da avenida Tiradentes, no centro. Fiz a pergunta de sempre. E ela respondeu:
- Hum, depende do livro. Tem algum de literatura?, provocou, antes de se decidir por Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
As crianças faziam festa (um dado vergonhoso: segundo a Prefeitura, ainda existem 1,8 mil delas nas ruas de São Paulo). Por estarem sempre acompanhadas, minha coleção diminuía a cada um desses encontros do acaso. Érico*, 9 anos, chegou com ar desconfiado pelo lado do passageiro:
- Sabe ler?, perguntei.
- Não..., disse ele, enquanto olhava a caixa. Mas, já prevendo o que poderia ganhar, reformulou a resposta:
- Sim. Sei, sim.
- Em que ano você está?
- Na 4ª B. Tio, você pode dar um para mim e outros para meus amigos?, indagou, apontando para um menino e uma menina, que já se aproximavam.
Mas o problema, como canta Paulinho da Viola, é que o sinal ia abrir. O motorista do carro da frente, indiferente à corrida desenfreada do trio, arrancou pela avenida Brasil, levando embora a mercadoria pendurada no retrovisor.
Se no momento das entregas que eu realizava se misturavam humor, drama, aventura e certo suspense, observar a reação das pessoas depois de presenteadas era como reler um livro que fica mais saboroso a cada leitura. Esquina após esquina, o enredo se repetia: enquanto eu esperava o sinal abrir, adultos e crianças, sentados no meio-fio, folheavam páginas. Pareciam se esquecer dos produtos, dos malabares, do dinheiro...
- Ganhar um livro é sempre bem-vindo. A literatura é maravilhosa, explicou, com sensibilidade, um vendedor de raquetes que dão choques em insetos.
Quase chegando ao fim da jornada literária, conheci Maria*.. Carregava a pequena Vitória*, 1 ano recém-completado, e cobiçava alguns trocados num canteiro da Zona Norte da cidade. Ganhou um livro infantil e agradeceu. Avancei dois quarteirões e fiz o retorno. Então, a vi novamente. Ela lia para a menininha no colo. Espremi os olhos para tentar ver seu semblante pelo retrovisor. Acho que sorria.
* os nomes foram trocados para preservar os personagens.
REVISTA NOVA ESCOLA
Edição 221 | Abril 2009
Vale mais que um trocado
Ambulantes, pedintes e moradores de rua não esperam só por dinheiro dos motoristas parados no sinal vermelho. Sem pagar pra ver, eu vi ...
CAMINHO LIVRE A cada livro oferecido em vez de esmola, um leitor descoberto.
"Dinheiro eu não tenho, mas estou aqui com uma caixa cheia de livros. Quer um?" Repeti essa oferta a pedintes, artistas circenses e vendedores ambulantes, pessoas de todas as idades que fazem dos congestionamentos da cidade de São Paulo o cenário de seu ganha-pão. A ideia surgiu de uma combinação com os colegas de NOVA ESCOLA: em vez de dinheiro, eu ofereceria um livro a quem me abordasse - e conferiria as reações.
Para começar, acomodei 45 obras variadas - do clássico Auto da Barca do Inferno, escrito por Gil Vicente, ao infantil divertidíssimo Divina Albertina, da contemporânea Christine Davenier - em uma caixa de papelão no banco do carona de meu Palio preto. Tudo pronto, hora de rodar. Em 13 oferecimentos, nenhuma recusa. E houve gente que pediu mais.
Nas ruas, tem de tudo. Diferentemente do que se pode pensar, a maioria dessas pessoas tem, sim, alguma formação escolar. Uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, realizada só com moradores de rua e divulgada em 2008, revelou que apenas 15% nunca estudaram. Como 74% afirmam ter sido alfabetizados, não é exagero dizer que as vias públicas são um terreno fértil para a leitura. Notei até certa familiaridade com o tema. No primeiro dia, num cruzamento do Itaim, um bairro nobre, encontrei Vitor*, 20 anos, vendedor de balas. Assim que comecei a falar, ele projetou a cabeça para dentro do veículo e examinou o acervo:
- Tem aí algum do Sidney Sheldon? Era o que eu mais curtia quando estava na cadeia. Foi lá que aprendi a ler.
Na ausência do célebre novelista americano, o critério de seleção se tornou mais simples. Vitor pegou o exemplar mais grosso da caixa e aproveitou para escolher outro - "Esse do castelo, que deve ser de mistério" - para presentear a mulher que o esperava na calçada.
Aos poucos, fui percebendo que o público mais crítico era formado por jovens, como Micaela*, 15 anos. Ela é parte do contingente de 2 mil ambulantes que batem ponto nos semáforos da cidade, de acordo com números da prefeitura de São Paulo. Num domingo, enfrentava com paçocas a 1 real uma concorrência que apinhava todos os cruzamentos da avenida Tiradentes, no centro. Fiz a pergunta de sempre. E ela respondeu:
- Hum, depende do livro. Tem algum de literatura?, provocou, antes de se decidir por Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
As crianças faziam festa (um dado vergonhoso: segundo a Prefeitura, ainda existem 1,8 mil delas nas ruas de São Paulo). Por estarem sempre acompanhadas, minha coleção diminuía a cada um desses encontros do acaso. Érico*, 9 anos, chegou com ar desconfiado pelo lado do passageiro:
- Sabe ler?, perguntei.
- Não..., disse ele, enquanto olhava a caixa. Mas, já prevendo o que poderia ganhar, reformulou a resposta:
- Sim. Sei, sim.
- Em que ano você está?
- Na 4ª B. Tio, você pode dar um para mim e outros para meus amigos?, indagou, apontando para um menino e uma menina, que já se aproximavam.
Mas o problema, como canta Paulinho da Viola, é que o sinal ia abrir. O motorista do carro da frente, indiferente à corrida desenfreada do trio, arrancou pela avenida Brasil, levando embora a mercadoria pendurada no retrovisor.
Se no momento das entregas que eu realizava se misturavam humor, drama, aventura e certo suspense, observar a reação das pessoas depois de presenteadas era como reler um livro que fica mais saboroso a cada leitura. Esquina após esquina, o enredo se repetia: enquanto eu esperava o sinal abrir, adultos e crianças, sentados no meio-fio, folheavam páginas. Pareciam se esquecer dos produtos, dos malabares, do dinheiro...
- Ganhar um livro é sempre bem-vindo. A literatura é maravilhosa, explicou, com sensibilidade, um vendedor de raquetes que dão choques em insetos.
Quase chegando ao fim da jornada literária, conheci Maria*.. Carregava a pequena Vitória*, 1 ano recém-completado, e cobiçava alguns trocados num canteiro da Zona Norte da cidade. Ganhou um livro infantil e agradeceu. Avancei dois quarteirões e fiz o retorno. Então, a vi novamente. Ela lia para a menininha no colo. Espremi os olhos para tentar ver seu semblante pelo retrovisor. Acho que sorria.
* os nomes foram trocados para preservar os personagens.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
QUEM É SEU AMANTE ?
JORGE BUCAY - Psicólogo
" Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente, são essas últimas as que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia,
apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver
e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
'Depressão', além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam: 'Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!' Há também as que, chocadas e escandalizadas,
se despedem e não voltam nunca mais.
Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:
AMANTE é 'aquilo que nos apaixona', é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos
impede de dormir.
O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a
motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores
paixões e sensações incríveis.Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....
Enfim, é 'alguém' ou 'algo' que nos faz 'namorar' a vida e nos afasta do triste destino de 'ir levando'.
E o que é 'ir levando'? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular
por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o
espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã*.
Por favor, não se contente com 'ir levando'; procure um amante, seja também um amante e um protagonista
... DA SUA VIDA!
Acredite: O trágico não é morrer, afinal, a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver.. Por isso, e sem mais delongas, procure um amante ...
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo Transcendental: 'PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA.'
"A mente cria, o desejo atrai e a fé realiza"
" Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente, são essas últimas as que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia,
apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver
e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
'Depressão', além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam: 'Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!' Há também as que, chocadas e escandalizadas,
se despedem e não voltam nunca mais.
Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:
AMANTE é 'aquilo que nos apaixona', é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos
impede de dormir.
O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a
motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores
paixões e sensações incríveis.Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....
Enfim, é 'alguém' ou 'algo' que nos faz 'namorar' a vida e nos afasta do triste destino de 'ir levando'.
E o que é 'ir levando'? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular
por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o
espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã*.
Por favor, não se contente com 'ir levando'; procure um amante, seja também um amante e um protagonista
... DA SUA VIDA!
Acredite: O trágico não é morrer, afinal, a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver.. Por isso, e sem mais delongas, procure um amante ...
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo Transcendental: 'PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA.'
"A mente cria, o desejo atrai e a fé realiza"
domingo, 11 de outubro de 2009
CURSOS GRÁTIS DA FGV - EAD - EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
http://www5.fgv.br/fgvonline/CursosGratuitos.aspx
A Fundação Getulio Vargas é a primeira instituição brasileira a ser membro do OCWC (Open Course Ware Consortium), o consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos de graça pela internet.
Para ter acesso ao que o FGV Online oferece a você nesse Consórcio, veja as opções abaixo.
Tópicos temáticos introdutórios na área de Gestão Empresarial - carga horária de 5h
Balanced Scorecard (novo!)
Conceitos e Princípios Fundamentais do Direito Tributário (novo!)
Consultoria em Investimentos Financeiros - Intermediação Financeira (novo!)
Direito do Trabalho - Contratação do Trabalhador (novo!)
Fundamentos da Gestão de Custos (novo!)
Gestão de Pessoas - Motivação nas Organizações (novo!)
Processo de Comunicação e Comunicação Institucional (novo!)
Estratégia de Empresas - Introdução à Administração Estratégica
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável - História da Questão Ambiental
Gestão de Marketing - Produto, Marca, Novos Produtos e Serviços
Gestão da Tecnologia da Informação - TI nas Organizações: Estratégia e Conceitos
Técnicas de Gerência de Projetos - Gerenciamento do Escopo do Projeto
Tópicos temáticos introdutórios na área de Metodologia - carga horária de 5h
Metodologia de Pesquisa - Conhecimento, saber e ciência
Metodologia do Ensino Superior - Universidade e Sociedade
Cursos em áreas de conhecimento diversas - carga horária de 15h
Ciência e Tecnologia
Diversidade na Organização
Ética Empresarial
Recursos Humanos
Cursos para professores do Ensino Médio - carga horária de 30h
Filosofia
Sociologia
Você já domina as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa? Acesse nosso quiz para conhecê-las e, ao mesmo tempo, testar conhecimentos gerais:
Quiz: Jogo das Novas Regras Ortográficas - Reconhecendo Texto e Contexto
A Fundação Getulio Vargas é a primeira instituição brasileira a ser membro do OCWC (Open Course Ware Consortium), o consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos de graça pela internet.
Para ter acesso ao que o FGV Online oferece a você nesse Consórcio, veja as opções abaixo.
Tópicos temáticos introdutórios na área de Gestão Empresarial - carga horária de 5h
Balanced Scorecard (novo!)
Conceitos e Princípios Fundamentais do Direito Tributário (novo!)
Consultoria em Investimentos Financeiros - Intermediação Financeira (novo!)
Direito do Trabalho - Contratação do Trabalhador (novo!)
Fundamentos da Gestão de Custos (novo!)
Gestão de Pessoas - Motivação nas Organizações (novo!)
Processo de Comunicação e Comunicação Institucional (novo!)
Estratégia de Empresas - Introdução à Administração Estratégica
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável - História da Questão Ambiental
Gestão de Marketing - Produto, Marca, Novos Produtos e Serviços
Gestão da Tecnologia da Informação - TI nas Organizações: Estratégia e Conceitos
Técnicas de Gerência de Projetos - Gerenciamento do Escopo do Projeto
Tópicos temáticos introdutórios na área de Metodologia - carga horária de 5h
Metodologia de Pesquisa - Conhecimento, saber e ciência
Metodologia do Ensino Superior - Universidade e Sociedade
Cursos em áreas de conhecimento diversas - carga horária de 15h
Ciência e Tecnologia
Diversidade na Organização
Ética Empresarial
Recursos Humanos
Cursos para professores do Ensino Médio - carga horária de 30h
Filosofia
Sociologia
Você já domina as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa? Acesse nosso quiz para conhecê-las e, ao mesmo tempo, testar conhecimentos gerais:
Quiz: Jogo das Novas Regras Ortográficas - Reconhecendo Texto e Contexto
O QUE É COLÉGIO INTERNACIONAL DOS TERAPEUTAS?
ROBERTO CREMA
Psicólogo e antropólogo do Colégio Internacional dos Terapeutas, analista transacional didata, criador do enfoque da Síntese Transacional. Mentor da Formação Holística de Base da UNIPAZ. Diretor da Holos Brasil. Educador e autor de vários livros, entre os quais "Análise Transacional Centrada na Pessoa", "Introdução à visão holística" e "Saúde e plenitude". Vice -reitor da UNIPAZ.
Colégio Internacional dos Terapeutas não forma, por isso é preciso compreender a conexão existente entre a UNIPAZ e o C.I.T. Nós precisamos de uma educação para a reconstrução e formação de pessoas na abordagem transdisciplinar holística, que neste caso é a Unipaz. Por isso, a Unipaz é uma instituição, por que fornece diplomas. O C.I.T. é uma rede “trans-institucional” e é totalmente “krishnamurtiano”, por que não tem autoridades, não tem papa... tem um coordenador, que é alguém que cuida de um cadastro, que dá as informações e que existe, como existia entre os Terapeutas de Alexandria, uma consideração aos mais antigos; tanto é que no C.I.T., as pessoas mantêm a data em que foram acolhidas, exatamente como era entre os Terapeutas de Alexandria. Mas não é nenhuma hierarquia, é apenas uma consideração de que “existem pessoas que erraram mais”, que “levaram mais tombos” e que talvez possam facilitar que outros errem um pouco menos. Só isso! O próprio Jean-Yves Leloup, no final do manual diz: “Eu não sou obediência nenhuma, nem pessoal, nem profissional!” O C.I.T. é um espaço de encontro entre Terapeutas já formados, por isso, não é possível participar do C.I.T. sem a Unipaz, e é por isso que um dos pré-requisitos para o C.I.T. é a formação holística de base que atesta que a pessoa, pelo menos por três anos, refletiu sobre um novo paradigma, integrou esse paradigma, ofereceu uma obra prima, e que ao falar sobre abordagem transdisciplinar holística vai saber o que está falando. Por que existem muitas pessoas que falam de holística de forma totalmente alienada. Essa palavra, “holística”, foi muito desgastada: “Terapia holística”, “Massagem holística”, “Alimentação holística”, “Terapeuta Holística”... as pessoas falam de holística para tudo! Tanto é, que nós decidimos que vamos focalizar mais agora, o transdisciplinar. Terapeuta Holístico... Ninguém é terapeuta holístico! Isso é o mesmo que dizer que um médico que é um médico cartesiano newtoniano! A holística não é uma modalidade terapêutica, não é uma filosofia, não é uma ciência, não é uma arte, não é uma religião! A holística é um paradigma que gera ciência, que gera metodologias, que gera filosofias... e se esse pessoal que criou o Conselho de Terapeutas Holísticos tivessem nos consultado teriam feito alguma coisa um pouco mais inteligente. Eu reconheço esse esforço e até digo que eu sou um dos que os criou, que deu um cochilo dos corporativismos que levou que esse pessoal falasse de um conselho geral de terapeutas holísticos. Esse é um ponto interessante que eu acho que eles conseguiram abrir um espaço. Agora, eu espero que essa palavra “terapeuta” não pertença a nenhum conselho, por que essa palavra “terapeuta” veio do deserto e não pertence a nenhuma categoria: nem de médicos, nem de psicólogos, nem de educadores e nem de terapeutas holísticos. Se você faz parte, basta colocar em seu cartãozinho: “Terapeuta com abordagem holística”. Aí, tudo bem! Você tem uma abordagem holística, por que aí é mostrar uma certa fragilidade de inconsistência! Nós não estamos articulando a holística como uma terapia pois isso seria uma miséria! Nós estamos articulando a holística como um novo paradigma que vai facilitar a emergência de novos terapeutas, de novos educadores, de novos sacerdotes, de novos artistas... Então, a Formação Holística de Base é para que uma pessoa que se dirija ao C.I.T. possa honrar essa palavra “holística”! Possa saber do que está falando e sustentar no meio acadêmico o que vem a ser a transdisciplinariedade! É uma exigência mínima, portanto, aquele que estiver participando da Formação Holística de Base, não tenha pressa de chegar ao C.I.T., por que já está no caminho. Quando essa pessoa terminar a formação holística de base e se esse desejo persistir... se a pessoa for um terapeuta “esquisito”, (que em italiano quer dizer aquilo que é belo), procure também por um “terapeuta esquisito” que já faça parte do C.I.T., apresente a sua “esquisitice” através de uma carta, através de uma obra prima e apresente o seu desejo! Se esse terapeuta tiver disponibilidade para te acompanhar, por que na medida em que esse terapeuta aceita o seu desejo,você se faz “terapeuta aspirante” e ele se faz “terapeuta acompanhante” do seu processo. E esse acompanhamento se fará num período nunca menor que um ano. Durante um ano, encontros periódicos acontecendo entre você, como terapeuta aspirante, com o seu terapeuta acompanhante.
O que nos une no C.I.T. são dez orientações maiores sobre antropologia antropologia, ética, silêncio, estudo, generosidade, reciclagem, reconhecimento, anamnese essencial, despertar da presença, fraternidade:
1.Antropologia holística, que é também uma ontoInternacionalogia e cosmologia, implicando no reconhecimento da tríplice condição existencial, físico-psíquico-consciencial, atravessada pelo mistério do Ser;
2.Ética da benção e do respeito à inteireza, jamais reduzindo o ser humano a um rótulo, também cuidando, nele, daquilo que não é doente, a partir do qual uma dinâmica de cura é ativada;
3.Prática diária meditativa do silêncio, visando a centralidade e abertura à transcendência;
4.Prática diária do estudo dos textos contemporâneos e os da sabedoria perene, visando uma permanente atualização;
5.Prática diária da gratuidade, para o exercício da solidariedade, do serviço desapegado ao outro, à sociedade, ao universo;
6.Reciclagem, um compromisso de vivenciar, anualmente, um tempo-espaço de recolhimento para uma revisão, reflexiva e meditativa, do processo de individuação;
7.Reconhecimento da necessidade de ser acompanhado por uma escuta terapêutica, evitando o risco da inflação egóica do julgar-se pronto, estancando o processo contínuo de aprendizagem e aperfeiçoamento;
8.Anamnese essencial, através de registros sistemáticos das vivências, no estado de vigília e no onírico, que evidenciam a presença numinosa do Ser, na existência cotidiana;
9.O despertar da Presença, a tarefa de lembrar o que realmente somos, o Ser que nos funda e informa, através da respiração, da invocação, ou da atenção plena ao instante;
10.A fraternidade, através de um ritmo de encontros para a sinergia, o estudo partilhado, a comunhão meditativa.
Isso pode ser encontrado na introdução do livro “Antigos e Novos Terapeutas”. Depois desse período de um ano de acompanhamento, quando o terapeuta acompanhante e o aspirante, considerarem ambos que a pessoa está pronta, para receber o acolhimento, então, o terapeuta acompanhante escreverá uma carta para o coordenador da América do Sul, e então, uma Casa será indicada. O que é uma Casa? O C.I.T. é concebido assim: quando existir quatro terapeutas e um terapeuta coordenador numa região, então há uma Casa de Terapeutas, aonde eles vão se reunir periodicamente para praticarem a fraternidade, o estudo, a meditação, a contemplação, o canto, a oração, etc... Quando numa cidade tiver quatro Casas e mais uma Casa coordenadora, em tão teremos um Colégio. Quando uma cidade tiver quatro Colégios e um Colégio coordenador, então teremos um Colegiado e este já poderá ter um “Centro de Estudo e de Silêncio”. Poderá ser um Espaço de Retiro, de Acolhimento, de Estudos, de Organização de Eventos, de Congresso, etc... Então, neste momento, o C.I.T. é uma utopia, é algo que está se desenvolvendo! No Brasil já temos uma casa em Brasília e já temos 33 terapeutas na América do Sul.
E o que é “ser acolhido”?
Uma Casa, com quatro terapeutas mais um terapeuta acompanhante; cinco terapeutas estarão num evento intimo, que não é aberto, com uma ética, que apenas a casa terá o conhecimento desse acolhimento, não é divulgado por que é preciso que haja uma ética de respeito, e, o aspirante, primeiro, ritualisticamente vai ser introduzido na casa, o acompanhante vai dizer o que é o C.I.T. e o que são as Dez Orientações Maiores, no ponto de vista ritualístico e depois passar a palavra para o Terapeuta Acompanhante que vai dirigir a Casa durante um tempo que pode variar de 20 minutos ou 1 hora, ou mais. Depois o terapeuta aspirante vai ser convidado a se retirar para refletir sobre o seu desejo e a Casa vai deliberar se o terapeuta aspirante está pronto para ser acolhido ou não. Se estiver pronto, esse terapeuta voltará e através de um ritual muito simples e de muito amor, receberá um manto que lembra que nos seus momentos de intimidade da meditação, ele se envolve nesse manto, e se lembra de que não está só! Esse manto representa a linhagem dos Terapeutas! E eu gosto de interpretar o que é também um mantra, quando você se volta para a sua meditação diária, é para você continuar e cultivar essa presença, essa linhagem e que quando você estiver atuando, não é só você que vai estar atuando: haverá essa egrégora que vai estar te acompanhando. Então, é dessa forma, que Jean-Yves Leloup traz dois pontos dos Terapeutas de Alexandria para o mundo contemporâneo, para a nossa atual Alexandria. Esta é uma breve forma de explicar o que é o C.I.T.
O C.I.T. está em construção; é uma obra em construção!
Roberto Crema
Por ocaisão do Seminário Síntese Transacional e Ecologia do Ser, ocorrido no núcleo São José dos Campos, com as turmas FHB II e III em 06/09/2003
Aloha!
A
vem da própria palavra "Aloha", que significa de forma ampla, bem-vindo; o que é meu, também é seu, compartilhemos juntos;
L
vem da palavra "Lokomaikaii", que significa que o que eu digo vem do fundo do meu coração, banhado em boas intenções;
O
vem da palavra "Oluolu", significa felicidade. Ser feliz é parte de nossa herança;
H
vem da palavra "Haahaa" significando modéstia e submissão. Nós lhe demos boas vindas e fazemos coisas para vocês, porque nos sentimos felizes tendo humildade em lhe servir;
A
vem da palavra, também hawaiana, "A-a-kamaka", que significa que nossos olhos estão abertos, mas nossos lábios fechados. Se você nos tirar alguma coisa, não falaremos nada, mas saberemos o que está se passando.
Psicólogo e antropólogo do Colégio Internacional dos Terapeutas, analista transacional didata, criador do enfoque da Síntese Transacional. Mentor da Formação Holística de Base da UNIPAZ. Diretor da Holos Brasil. Educador e autor de vários livros, entre os quais "Análise Transacional Centrada na Pessoa", "Introdução à visão holística" e "Saúde e plenitude". Vice -reitor da UNIPAZ.
Colégio Internacional dos Terapeutas não forma, por isso é preciso compreender a conexão existente entre a UNIPAZ e o C.I.T. Nós precisamos de uma educação para a reconstrução e formação de pessoas na abordagem transdisciplinar holística, que neste caso é a Unipaz. Por isso, a Unipaz é uma instituição, por que fornece diplomas. O C.I.T. é uma rede “trans-institucional” e é totalmente “krishnamurtiano”, por que não tem autoridades, não tem papa... tem um coordenador, que é alguém que cuida de um cadastro, que dá as informações e que existe, como existia entre os Terapeutas de Alexandria, uma consideração aos mais antigos; tanto é que no C.I.T., as pessoas mantêm a data em que foram acolhidas, exatamente como era entre os Terapeutas de Alexandria. Mas não é nenhuma hierarquia, é apenas uma consideração de que “existem pessoas que erraram mais”, que “levaram mais tombos” e que talvez possam facilitar que outros errem um pouco menos. Só isso! O próprio Jean-Yves Leloup, no final do manual diz: “Eu não sou obediência nenhuma, nem pessoal, nem profissional!” O C.I.T. é um espaço de encontro entre Terapeutas já formados, por isso, não é possível participar do C.I.T. sem a Unipaz, e é por isso que um dos pré-requisitos para o C.I.T. é a formação holística de base que atesta que a pessoa, pelo menos por três anos, refletiu sobre um novo paradigma, integrou esse paradigma, ofereceu uma obra prima, e que ao falar sobre abordagem transdisciplinar holística vai saber o que está falando. Por que existem muitas pessoas que falam de holística de forma totalmente alienada. Essa palavra, “holística”, foi muito desgastada: “Terapia holística”, “Massagem holística”, “Alimentação holística”, “Terapeuta Holística”... as pessoas falam de holística para tudo! Tanto é, que nós decidimos que vamos focalizar mais agora, o transdisciplinar. Terapeuta Holístico... Ninguém é terapeuta holístico! Isso é o mesmo que dizer que um médico que é um médico cartesiano newtoniano! A holística não é uma modalidade terapêutica, não é uma filosofia, não é uma ciência, não é uma arte, não é uma religião! A holística é um paradigma que gera ciência, que gera metodologias, que gera filosofias... e se esse pessoal que criou o Conselho de Terapeutas Holísticos tivessem nos consultado teriam feito alguma coisa um pouco mais inteligente. Eu reconheço esse esforço e até digo que eu sou um dos que os criou, que deu um cochilo dos corporativismos que levou que esse pessoal falasse de um conselho geral de terapeutas holísticos. Esse é um ponto interessante que eu acho que eles conseguiram abrir um espaço. Agora, eu espero que essa palavra “terapeuta” não pertença a nenhum conselho, por que essa palavra “terapeuta” veio do deserto e não pertence a nenhuma categoria: nem de médicos, nem de psicólogos, nem de educadores e nem de terapeutas holísticos. Se você faz parte, basta colocar em seu cartãozinho: “Terapeuta com abordagem holística”. Aí, tudo bem! Você tem uma abordagem holística, por que aí é mostrar uma certa fragilidade de inconsistência! Nós não estamos articulando a holística como uma terapia pois isso seria uma miséria! Nós estamos articulando a holística como um novo paradigma que vai facilitar a emergência de novos terapeutas, de novos educadores, de novos sacerdotes, de novos artistas... Então, a Formação Holística de Base é para que uma pessoa que se dirija ao C.I.T. possa honrar essa palavra “holística”! Possa saber do que está falando e sustentar no meio acadêmico o que vem a ser a transdisciplinariedade! É uma exigência mínima, portanto, aquele que estiver participando da Formação Holística de Base, não tenha pressa de chegar ao C.I.T., por que já está no caminho. Quando essa pessoa terminar a formação holística de base e se esse desejo persistir... se a pessoa for um terapeuta “esquisito”, (que em italiano quer dizer aquilo que é belo), procure também por um “terapeuta esquisito” que já faça parte do C.I.T., apresente a sua “esquisitice” através de uma carta, através de uma obra prima e apresente o seu desejo! Se esse terapeuta tiver disponibilidade para te acompanhar, por que na medida em que esse terapeuta aceita o seu desejo,você se faz “terapeuta aspirante” e ele se faz “terapeuta acompanhante” do seu processo. E esse acompanhamento se fará num período nunca menor que um ano. Durante um ano, encontros periódicos acontecendo entre você, como terapeuta aspirante, com o seu terapeuta acompanhante.
O que nos une no C.I.T. são dez orientações maiores sobre antropologia antropologia, ética, silêncio, estudo, generosidade, reciclagem, reconhecimento, anamnese essencial, despertar da presença, fraternidade:
1.Antropologia holística, que é também uma ontoInternacionalogia e cosmologia, implicando no reconhecimento da tríplice condição existencial, físico-psíquico-consciencial, atravessada pelo mistério do Ser;
2.Ética da benção e do respeito à inteireza, jamais reduzindo o ser humano a um rótulo, também cuidando, nele, daquilo que não é doente, a partir do qual uma dinâmica de cura é ativada;
3.Prática diária meditativa do silêncio, visando a centralidade e abertura à transcendência;
4.Prática diária do estudo dos textos contemporâneos e os da sabedoria perene, visando uma permanente atualização;
5.Prática diária da gratuidade, para o exercício da solidariedade, do serviço desapegado ao outro, à sociedade, ao universo;
6.Reciclagem, um compromisso de vivenciar, anualmente, um tempo-espaço de recolhimento para uma revisão, reflexiva e meditativa, do processo de individuação;
7.Reconhecimento da necessidade de ser acompanhado por uma escuta terapêutica, evitando o risco da inflação egóica do julgar-se pronto, estancando o processo contínuo de aprendizagem e aperfeiçoamento;
8.Anamnese essencial, através de registros sistemáticos das vivências, no estado de vigília e no onírico, que evidenciam a presença numinosa do Ser, na existência cotidiana;
9.O despertar da Presença, a tarefa de lembrar o que realmente somos, o Ser que nos funda e informa, através da respiração, da invocação, ou da atenção plena ao instante;
10.A fraternidade, através de um ritmo de encontros para a sinergia, o estudo partilhado, a comunhão meditativa.
Isso pode ser encontrado na introdução do livro “Antigos e Novos Terapeutas”. Depois desse período de um ano de acompanhamento, quando o terapeuta acompanhante e o aspirante, considerarem ambos que a pessoa está pronta, para receber o acolhimento, então, o terapeuta acompanhante escreverá uma carta para o coordenador da América do Sul, e então, uma Casa será indicada. O que é uma Casa? O C.I.T. é concebido assim: quando existir quatro terapeutas e um terapeuta coordenador numa região, então há uma Casa de Terapeutas, aonde eles vão se reunir periodicamente para praticarem a fraternidade, o estudo, a meditação, a contemplação, o canto, a oração, etc... Quando numa cidade tiver quatro Casas e mais uma Casa coordenadora, em tão teremos um Colégio. Quando uma cidade tiver quatro Colégios e um Colégio coordenador, então teremos um Colegiado e este já poderá ter um “Centro de Estudo e de Silêncio”. Poderá ser um Espaço de Retiro, de Acolhimento, de Estudos, de Organização de Eventos, de Congresso, etc... Então, neste momento, o C.I.T. é uma utopia, é algo que está se desenvolvendo! No Brasil já temos uma casa em Brasília e já temos 33 terapeutas na América do Sul.
E o que é “ser acolhido”?
Uma Casa, com quatro terapeutas mais um terapeuta acompanhante; cinco terapeutas estarão num evento intimo, que não é aberto, com uma ética, que apenas a casa terá o conhecimento desse acolhimento, não é divulgado por que é preciso que haja uma ética de respeito, e, o aspirante, primeiro, ritualisticamente vai ser introduzido na casa, o acompanhante vai dizer o que é o C.I.T. e o que são as Dez Orientações Maiores, no ponto de vista ritualístico e depois passar a palavra para o Terapeuta Acompanhante que vai dirigir a Casa durante um tempo que pode variar de 20 minutos ou 1 hora, ou mais. Depois o terapeuta aspirante vai ser convidado a se retirar para refletir sobre o seu desejo e a Casa vai deliberar se o terapeuta aspirante está pronto para ser acolhido ou não. Se estiver pronto, esse terapeuta voltará e através de um ritual muito simples e de muito amor, receberá um manto que lembra que nos seus momentos de intimidade da meditação, ele se envolve nesse manto, e se lembra de que não está só! Esse manto representa a linhagem dos Terapeutas! E eu gosto de interpretar o que é também um mantra, quando você se volta para a sua meditação diária, é para você continuar e cultivar essa presença, essa linhagem e que quando você estiver atuando, não é só você que vai estar atuando: haverá essa egrégora que vai estar te acompanhando. Então, é dessa forma, que Jean-Yves Leloup traz dois pontos dos Terapeutas de Alexandria para o mundo contemporâneo, para a nossa atual Alexandria. Esta é uma breve forma de explicar o que é o C.I.T.
O C.I.T. está em construção; é uma obra em construção!
Roberto Crema
Por ocaisão do Seminário Síntese Transacional e Ecologia do Ser, ocorrido no núcleo São José dos Campos, com as turmas FHB II e III em 06/09/2003
Aloha!
A
vem da própria palavra "Aloha", que significa de forma ampla, bem-vindo; o que é meu, também é seu, compartilhemos juntos;
L
vem da palavra "Lokomaikaii", que significa que o que eu digo vem do fundo do meu coração, banhado em boas intenções;
O
vem da palavra "Oluolu", significa felicidade. Ser feliz é parte de nossa herança;
H
vem da palavra "Haahaa" significando modéstia e submissão. Nós lhe demos boas vindas e fazemos coisas para vocês, porque nos sentimos felizes tendo humildade em lhe servir;
A
vem da palavra, também hawaiana, "A-a-kamaka", que significa que nossos olhos estão abertos, mas nossos lábios fechados. Se você nos tirar alguma coisa, não falaremos nada, mas saberemos o que está se passando.
Assinar:
Postagens (Atom)