REGINA BEZERRA CARVÃO
A psicose é ainda um mistério para a psiquiatria e a psicologia. Caracteriza-se principalmente pela percepção do mundo desconectada do que denominamos “realidade” e pela representação de pensamentos, respostas, comportamentos e comunicações considerados inadequados pelos padrões sociais e culturais em vigência.
Existem as psicoses orgânicas oriundas de modificações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas que necessariamente sugerem a necessidade de procedimentos médicos. Outros estados psicóticos, embora exaustivamente pesquisados, são ainda estados de origem e natureza desconhecidas.
Jung iniciou a solução deste enigma ao descobrir que a psiquê humana tem acesso a imagens universais encontradas na mitologia e nas artes. Estas imagens foram denominadas arquétipos e levam a construção do conceito de que há um inconsciente coletivo comum à humanidade.
Foi através da análise de sonhos dos seus pacientes e da análise profunda e acurada das alucinações, fantasias e delírios de seus pacientes psicóticos que ele chegou a este resultado.
Somente na década de 60, quando ocorreu um enorme interesse nos estados alterados de consciência, em novas técnicas de psicoterapia e em práticas espirituais houve um despertar para a importância do inconsciente coletivo e da espiritualidade.
Este conhecimento traz com frequência ações curativas e transformadoras encontradas com freqüência na vida dos xamãs, dos santos, dos iogues, dos místicos e dos religiosos, o que valida o tratamento das emergências espirituais de maneira totalmente diversa do tratamento medicamentoso utilizado na psicose orgânica.
Ocorre-me neste momento uma definição de vida que me parece caber perfeitamente neste contexto desde que substituamos a palavra “vida” pela palavra “espiritualidade”........... “A vida, que é eterna, e limitada, sempre existiu. Desconhece-se sua origem e se quer pode-se imaginar de forma concreta, o seu fim. É inesgotável, uma fonte que jorra, incessantemente, nas suas mais diferentes manifestações.” (Vera Saldanha 1999 apud Vera Saldanha 2008, Pág. 165).
2.Quais recursos da Abordagem Integrativa Transpessoal são indicados nos casos de emergência espiritual.
Intervenção Verbal – No momento em que o cliente conta sua história.
Imaginação Ativa e Dinâmica Interativa – Utiliza-se a imaginação ativa em conjunto com a dinâmica interativa principalmente ao investigar as heranças simbólicas espirituais e culturais que façam parte da memória do cliente.
Analisamos com rigor todas situações apresentadas através dos 7 passos :
1- reconhecimento da dificuldade
2- identificação desta dificuldade no contexto da sua história 3- desidentificação desta mesma dificuldade ao constatar que a dificuldade existe mas a PESSOA não é esta dificuldade
4- transmutação ou mudança do significado desta dificuldade
5- transformação desta realidade concebendo uma nova solução
6- elaboração de um novo caminho que leve ao encontro da solução concebida
7- integração de todos os 6 passos anteriores com o objetivo maior do encontro com a espiritualidade.
Reorganização Simbólica – Criação de uma mitologia pessoal através dos símbolos pesquisados.
Recursos Adjuntos e Complementares – Meditação, relaxamento, contemplação, concentração, exercícios físicos, massagens e outras atividades complementares quando indicadas e necessárias
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